Elefante, girafa e chita: um dia de interações animais!

Continuando o assunto do post anterior, quando falei sobre os safáris que tive a chance de fazer lá na África do Sul, hoje vou falar de outro tipo de atividade com bichos que faz muito sucesso por lá: a interação!

Por mais que passar algumas horas num jipe vendo gigantes selvagens bem de perto seja muito legal, ter a oportunidade de alimentar ou brincar com alguns animais que você jamais imaginou chegar mais perto do que na cerca do zoológico é uma daquelas chances únicas na vida.

Mas apesar de tudo parecer perfeito, nem sempre é assim. A interação com animais gera polêmica em alguns lugares do planeta e alguns blogueiros amigos meus lideram campanhas internacionais para acabar com essa prática.

Os principais alvos são a Tailândia, onde muita gente paga uma nota para andar em cima de elefantes, que são constantemente torturados para aceitar essa prática, e o famoso zoológico de Buenos Aires, onde você pode brincar com grandes felinos dopados como zumbis, num cenário muita vezes deprê para quem se importa minimamente com os animais.

Se quiser um pouco mais de informação sobre esses dois casos específicos, você pode checar aqui para ler a respeito da Tailândia e nesse outro link sobre Buenos Aires.

Eu conversei com muita gente lá na África do Sul antes de me meter a fazer carinho num elefante ou numa chita e, obviamente, todos juraram que isso é feito sem a menor possibilidade dos animais serem mal-tratados. Claro que eu não esperava que alguém confessasse que faz algo errado, mas de fato eu nunca li nada negativo sobre esse tipo de atividade naquele país, então achei interessante experimentar.

Seguindo a dinâmica do post anterior, vou separar por tópicos as diferentes interações que eu fiz.

 

ELEFANTES

Esse passeio veio acompanhado de uma boa dose de sorte, já que não estava originalmente na nossa agenda. Era uma manhã de domingo e estávamos hospedados no fantástico Buccaneers, na praia de Chintsa. A nossa atividade era um passeio ciclístico pela vizinhança do hostel, para conhecer um pouco dos trabalhos sociais que são realizados ali.

Acontece que éramos quatro blogueiros viajando juntos e só havia três bicicletas sobrando para esse passeio. Depois de uma conversa democrática, acabei ficando de fora e já estava pensando em como matar meu tempo até que todos eles voltassem.

Foi aí que o Alex, nosso guia da Pangea Trails, falou: "levanta aí que a gente vai fazer algo bem mais legal do que andar de bicicleta!".

E lá fomos nós até uma reserva chamada Inkwekwezi, onde eles realizam as interações.

Depois de alguns minutinhos no jipe da reserva, chegamos até o lugar onde os elefantes vivem. E antes deles aparecerem, o guia dá uma longa explicação do porquê essa atividade ser completamente diferente das realizadas na Tailândia. Lá na África do Sul, segundo ele, montar e andar em cima dos elefantes não é comum, apesar de acontecer em algumas reservas, justamente por ser uma atividade não-natural. Ele continuou dizendo que todas essas interações respeitam completamente as vontades naturais dos animais e caso eles simplesmente não apareçam, ou virem as costas pra ir embora no meio do nosso passeio, não há nada a ser feito. Depois de mais algumas explicações e orientações de segurança sobre como agir durante a interação, era a hora de chamá-los pra onde a gente estava.

Então, como atrair os animais pra perto dos visitantes? Essa é fácil, vai. Com comida! Assim que os elefantes se aproximam por causa do cheiro do almoço, o guia permite que cada um dos turistas chegue pertinho e ofereça um pouco de comida na tromba deles.

Alimentando elefantes!

Alimentando elefantes!

Foi divertido alimentar um elefante pela primeira vez na vida, confesso. Haviam três animais ali perto e todos me pareceram bastante simpáticos e tranquilos - leia-se acostumados - em relação à presença de tanta gente estranha (estávamos num grupo de umas 10 pessoas).

Depois disso, o guia fala mais um pouquinho sobre a diferença entre os elefantes africanos e asiáticos. Os dentes e orelhas são as partes do corpo que mais diferenciam os dois tipos. Inclusive, tem um truque divertido pra reconhecê-los: a orelha do elefante africano é bastante parecida com o mapa da África! E olhando ali de perto, realmente lembra bastante.

Interação com elefantes!

Interação com elefantes!

E pra encerrar nossa visita aos elefantes do Inkwekwezi, o monitor pede por um voluntário para ter uma experiência ainda mais "íntima" com um dos bichos: ganhar um beijo!

Uma garota, acho que era alemã, que estava no grupo, logo levantou a mão e pediu pra participar da brincadeira.

O guia a posicionou de frente pro animal e de fato, ela ganhou um nada discreto beijo no rosto inteiro!

Interação com elefantes!

No final das contas, eu achei a experiência inocente o bastante pra acreditar que não traga nenhum prejuízo ao animal. Fiz algumas pesquisas online e realmente não encontrei nada relevante em relação à essa reserva especificamente, no que diz respeito a maus-tratos aos animais.

Como não sou um especialista no assunto, podem deixar comentários ali embaixo caso discordem disso, que vou ter o maior prazer em ler!

 

CHITAS

Terminada a experiência com os elefantes, pegamos o jipinho da reserva e voltamos até a sede da Inkwekwezi para uma nova interação: com as chitas!

Obviamente, a primeira coisa que eu imaginei é que isso acontecia com os animais dopados, tal qual em Buenos Aires, já que todo grande felino representa um perigo absurdo pra nós humanos.

Mas me dispus a ouvir a explicação do monitor e entendi que não é exatamente isso que acontece no caso das chitas.

Esse animal é o mais frágil entre os felinos e por isso mesmo existem tantas reservas que os criam em cativeiro. A chita é famosa por ser muito rápida - consegue atingir até 160 quilômetros por hora nos primeiros 200 metros de corrida - mas não pela força ou pela resistência.

Depois de correr tanto e conseguir capturar sua vítima, ela fica completamente exausta e precisa descansar por pelo menos 15 minutos antes de começar a comê-la. E nessa hora vira uma presa fácil para outros animais - mesmo felinos - que não contentes em roubar sua caça, matam as chitas para comê-las também.

Então essa criação em cativeiro não representa o risco que eu imaginava, nem mesmo com os animais sem sedação, desde que estejam devidamente alimentados. É a única interação possível com felinos adultos lá na África do Sul.

Explicações e instruções de segurança ouvidas, chegou a hora de entrar no recinto delas. Mesmo sabendo que os riscos eram pequenos, eu confesso que bate um medinho. Até porque, antes de entrar lá temos que assinar um termo dizendo que caso algo errado aconteça, a reserva se exime de toda e qualquer responsabilidade por isso. Entrar lá é por nossa conta!

O monitor usa uma espécie de apito pra chamá-las e alguns segundos depois, três chitas aparecem ali na nossa frente. São gatos enormes e incrivelmente lindos.

Como tinham acabado de almoçar, estavam meio preguiçosas e resolveram deitar ali no meio dos visitantes. Receberam alguns carinhos e até ronronaram como nossos conhecidos gatos domésticos. Sou fã declarado dos gatos e essa experiência me deixou realmente feliz!

Interação com chitas!

Interação com chitas!

Interação com chitas!

Esse comportamento pacífico e até carinhoso surpreende aos ignorantes - eu! - que colocavam as chitas no mesmo patamar de um leão ou um tigre. Por isso mesmo, acho que a interação é uma atividade bem válida para a gente entender um pouco mais sobre esses animais tão legais.

Outra coisa que chama bastante a atenção é o tamanho das patas desses bichos. Elas são muito maiores, proporcionalmente falando, do que dos outros felinos. Claro que isso tem relação com o fato deles usarem a velocidade como arma para a sobrevivência, mas fiquei bom tempo olhando para aqueles pezões ali na minha frente! :D

Interação com chitas!

Foi uma manhã incrivelmente divertida, principalmente por ter sido algo inesperado.

E no final desses dois passeios, ainda lembrei que meus amigos Guilherme, Cris e Roberta, estavam pedalado há três horas, debaixo de um sol fortíssimo e sem interagir com bicho nenhum. Então desculpa aí, pessoal! :P

 

GIRAFAS

Acabada a brincadeira com os elefantes e as chitas, voltamos pro Buccaneers pra almoçar e encontrar os outros três que estavam terminado o passeio ciclístico.

Nossa atividade da tarde já estava programada desde o começo da viagem. Era um passeio de quadriciclo dentro de uma reserva famosa pela interação com as girafas e outros animais herbívoros no trajeto.

Chegamos no Areena Resort umas duas da tarde e novamente ouvimos o guia dar as instruções de segurança e como se portar na presença dos animais. Dessa vez tudo foi mais tranquilo em relação às chitas, já que naquela reserva só haviam animais não-carnívoros.

Começar o rolê com o quadriciclo foi meio complicado pra mim. Como não sei dirigir nada além de uma bicicleta, demorei pra me adaptar com a potência daquele negócio. A cada acelerada parecia que meu quadriciclo iria decolar como um 747. Sem falar que o guidão era duro pra cacete e fazer as curvas se tornaram uma atividade problemática. Mas ok, com 10 minutos em cima daquela coisa eu já estava de certa forma familiarizado com o funcionamento dele.

No meio do caminho, o guia nos levou até uma espécie de mirante dentro da reserva e ficamos ali por alguns minutos dando uma olhada na bonita paisagem.

Mirante dentro da reservaFoto gentilmente roubada da Roberta!

Terminada a segunda metade do passeio, veio a hora que surpreendeu a todos nós.

Claro que a gente sabia que a reserva era cheia de girafas, tanto que vimos algumas durante o trajeto. Mas nada de muita interação ou coisa do tipo. Apenas as vimos meio de longe.

Mas aí de repente paramos no meio de uma área bem grande e descampada, de onde surgiu o mais novo melhor amigo de todo mundo ali: o Abby!

O Abby é uma girafa macho e que naquele momento - pra nossa sorte - precisava ficar separado das girafas fêmeas por algum motivo X (confesso que não lembro bem o porquê disso).

É difícil descrever o quão divertido é brincar com uma girafa e mais difícil ainda descrever o quão incrível e simpático era o Abby.

Ele abaixou várias vezes pra dar algumas cafungadas em cada um de nós com suas imensas narinas que soltam um bafo quente muito engraçado.

Ele não fez cerimônia pra lamber e ensaiar alguns beijos na gente também. Mais do que ficar aqui escrevendo igual um bobo, vou mostrar esses momentos aí embaixo pra vocês.

Interação com girafa!

Interação com girafa!

Interação com girafa!

Interação com girafa!

Interação com girafa!

Foi um dia incrivelmente divertido, que começou e terminou de maneira inesperada, superando qualquer expectativa que tínhamos pra um domingo em Chintsa.

Sorte nossa!

E pra terminar, vou roubar outra foto que a Roberta tirou de mim, provavelmente a mais legal de toda a viagem:

Interação com girafa!

O Viagem Criativa viajou à África do Sul a convite do South African Tourism e com o apoio do Travel Concept Solutions, South African Airways e Detecta Hotel

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comentários

6 Responses

  1. Nathalia Santos
    Falta 1 dia pra minha viagem pra Africa do Sul e ler os seus posts está me deixando ansiosíssima! As fotos estão sensacionais!
  2. nathalia, tenho certeza que vai aproveitar demais. é um país incrível e com pessoas mais incríveis ainda! quais lugares você vai passar? se precisar de mais alguma ajuda ou dica, é só perguntar! :D
  3. André, que viagem irada. Coisa maravilhosa. Parabéns!
  4. obrigado Fernando, fico feliz que esteja acompanhando e curtindo! :D
  5. Roberta Martins
    Nossa tarde foi demais e renderam ótimas fotos! Acabei de divulgar na fanpage o passeio bem legal que tu fez enquanto a gente penava na bike
  6. legal que gostou do post! e valeu por compartilhar! <3
  7. […] apenas exploram os bichos para o turismo. O André, do Viagem Criativa, mostrou sua experiência nesse post, inclusive nosso inesquecível dia com o Abby, uma girafa que fez todo mundo se […]
  8. […] por lá, fizemos safáris pra ver leões, rinocerontes, búfalos, zebras e mais alguns animais, alimentamos elefantes, brincamos com chitas, ganhamos carinho de uma girafa, vimos praias com avisos de tubarões e visitamos duas colônias de simpáticos […]

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